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Falta integrar polícias contra facções, alerta promotor em investigação do pcc

Dinael Monteiro
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© Lula Marques/Agência Brasil

O promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya, um dos principais investigadores do Primeiro Comando da Capital (PCC), apontou a falta de coordenação entre as forças de segurança como um dos maiores obstáculos no combate ao crime organizado e ao narcotráfico no Brasil. A declaração foi feita durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Crime Organizado no Senado, motivada pela operação no Rio de Janeiro que resultou em 122 mortes.

Gakiya, que vive sob ameaça de morte do PCC, enfatizou que a polarização política tem dificultado a integração entre as polícias. Ele citou a Operação Carbono Oculto da Polícia Federal, que desmantelou um esquema de lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, como um exemplo de ação que se concretizou mais por iniciativas individuais do que por uma colaboração institucional estruturada.

Para Gakiya, o Brasil corre o risco de se tornar um narcoestado se medidas eficazes não forem tomadas. Ele alertou que as facções criminosas se infiltraram na economia formal e estão utilizando fintechs, bets e criptomoedas para lavar dinheiro e ocultar patrimônio.

O promotor também criticou o Projeto de Lei (PL) Antifacção, aprovado na Câmara, argumentando que ele não diferencia adequadamente as lideranças dos membros menos graduados das organizações criminosas. Ele defendeu que o país não sofre de falta de legislação, mas sim de falta de coordenação, integração e cooperação interna entre os órgãos do Estado.

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Gakiya propôs a criação de uma Autoridade Nacional para combater o crime organizado, com representantes de todas as polícias e órgãos do Estado, para garantir a continuidade das políticas de segurança e superar as divergências institucionais.

O promotor expressou preocupação com a infiltração do crime organizado no sistema financeiro, especialmente por meio de fintechs e jogos de apostas online (bets), que estariam sendo usados para lavagem de dinheiro. Ele mencionou o uso de contratos com influenciadores digitais como um dos mecanismos de lavagem.

Em relação ao PL Antifacção, Gakiya ressaltou a necessidade de distinguir entre organizações criminosas menores e as mais estruturadas, com características de “máfia”, defendendo que estas últimas sejam tratadas com ferramentas processuais mais rigorosas. Ele também criticou a retirada dos homicídios cometidos por membros de facções do Tribunal do Júri.

Gakiya também mencionou o caso de empresas de ônibus em São Paulo, controladas pelo PCC, que transportavam milhões de passageiros por mês e tinham diretores procurados pela Interpol. Essas empresas faturavam mais de R$ 1 bilhão anualmente da prefeitura em subvenções.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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