Ad imageAd image

Mariana salomão carrara leva o prêmio são paulo de literatura 2025

Dinael Monteiro
Divulgação: Este site pode conter links de afiliados, o que significa que posso ganhar uma comissão se você clicar no link e efetuar uma compra. Recomendo apenas produtos ou serviços que uso pessoalmente e acredito que agregarão valor aos meus leitores. Agradecemos seu apoio!
© Nilton Fukuda/Secretaria da Cultura

A saúde mental no Rio Grande do Sul, historicamente marcada por altos índices de depressão e suicídio, conforme dados da Secretaria de Saúde do estado em 2023, inspirou Mariana Salomão Carrara a criar “A Árvore Mais Sozinha do Mundo”. A obra foi agraciada com o Prêmio São Paulo de Literatura 2025.

A escritora expressou surpresa com a conquista na categoria de Melhor Romance do Ano, sendo esta a segunda vez que recebe o prêmio. “Confesso que fui imaginando que ‘pô, dessa vez não vai dar. Eu tinha acabado de ganhar”, disse Mariana, referindo-se à sua vitória na edição de 2023 com “Não Fossem as Sílabas do Sábado”.

O romance premiado retrata a vida de uma família de baixa renda que trabalha em plantações de tabaco, setor economicamente relevante no Sul do país. A narrativa expõe as dificuldades enfrentadas pelos personagens, como dívidas e intoxicação por agrotóxicos.

A obra utiliza elementos como uma árvore imponente, uma caminhonete, um espelho colonial e uma roupa de segurança como narradores, oferecendo uma visão íntima e cotidiana da vida familiar. A escolha desses objetos, segundo a autora, visa criar incerteza na narrativa e distanciar a família do contexto em que está inserida. “Escolhi para não dar voz e consciência a essa família sobre o que está acontecendo. Uma ideia de que os objetos vão percebendo aos poucos e a família não necessariamente. Também foi por uma necessidade literária para criar uma história que ninguém tem certeza do que faz”, explicou Mariana.

- Anúncio -
Ad image

A ideia para o livro surgiu em 2019, após a leitura de uma reportagem sobre epidemias de suicídio no Rio Grande do Sul, associadas aos agrotóxicos utilizados no cultivo de tabaco e ao endividamento das famílias. “Isso me chamou muito a atenção como ser humano, mas logo me pareceu um ótimo material literário. Eu estava com muita vontade de mergulhar em um ofício, então veio a calhar”, revelou.

O projeto foi temporariamente interrompido durante a pandemia de Covid-19, período em que a escritora considerou desafiador o exercício de imaginação e fuga da realidade. Após finalizar o romance “Não Fossem as Sílabas do Sábado”, em 2022, Mariana retomou o projeto, mergulhando em uma pesquisa aprofundada sobre o tema, uma vez que a realidade retratada era distante de sua vivência. “Foi um mergulho muito grande numa realidade distante da minha. Meus outros livros costumam envolver uma pesquisa mais íntima e sentimental. Dessa vez, eu tive que pesquisar mestrados, ler reportagens, entrevistar pessoas e, até mesmo, assistir a vídeos de adolescentes que eles mesmos gravam e postam no Tik Tok. Foi uma pesquisa muito ampla de vários anos”, detalhou Mariana.

Além de Mariana Salomão Carrara, Marcílio França Castro foi premiado na categoria de Melhor Romance de Estreia do Ano de 2024, com o ensaio “O Último dos Copistas”. Ambos receberão um prêmio de R$ 200 mil e um convite para a 40ª Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México, em 2026.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

Compartilhar este arquivo
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *