A expectativa do mercado financeiro para a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sofreu uma ligeira correção para baixo, atingindo 4,43% para este ano. A estimativa anterior, divulgada no boletim Focus do Banco Central, apontava para 4,45%. O boletim, publicado semanalmente, reúne as projeções de diversas instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos do país.
Para os anos seguintes, as projeções indicam uma trajetória de acomodação da inflação. A previsão para 2026 é de 4,17%, uma pequena alteração em relação aos 4,18% esperados anteriormente. Já para 2027 e 2028, as estimativas se mantêm em 3,8% e 3,5%, respectivamente.
A revisão para baixo da inflação deste ano ocorre após a divulgação dos dados de outubro, que registraram a menor inflação para o mês em quase três décadas. Esse resultado impulsionou a estimativa para dentro do intervalo da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A meta de inflação definida pelo CMN é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o limite inferior da meta é de 1,5%, enquanto o superior é de 4,5%.
A redução nas tarifas de energia elétrica foi um dos fatores que contribuíram para a queda da inflação em outubro, que fechou em 0,09%. Em setembro, o índice havia sido de 0,48%, e em outubro do ano anterior, de 0,56%.
Com esse resultado, a inflação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 4,68%, a primeira vez em oito meses que ficou abaixo de 5%. No entanto, esse patamar ainda se encontra acima do teto da meta estabelecida pelo CMN.
Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal ferramenta. Atualmente, a Selic está fixada em 15% ao ano. A desaceleração da economia e o recuo da inflação levaram o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC a manter a Selic inalterada pela terceira vez consecutiva na última reunião.
Apesar da manutenção da taxa, o Copom não descarta a possibilidade de elevar os juros novamente, caso julgue necessário. O Banco Central ressaltou que o cenário externo permanece incerto devido à conjuntura e à política econômica dos Estados Unidos, com possíveis impactos nas condições financeiras globais. No Brasil, a inflação ainda se mantém acima da meta, o que indica que os juros deverão permanecer altos por um período prolongado.
As projeções do mercado financeiro apontam para a manutenção da Selic em 15% ao ano até o final de 2025. Para o final de 2026, a expectativa é de uma queda para 12% ao ano, seguida de novas reduções para 10,5% ao ano em 2027 e 9,5% ao ano em 2028.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


