Os Estados Unidos reafirmaram sua influência no Hemisfério Ocidental, incluindo as Américas do Sul, Central e do Norte, ao publicarem a Estratégia Nacional de Segurança Nacional. O documento explicita a intenção de Washington de reafirmar e fazer cumprir a Doutrina Monroe.
A medida é vista como um recado direto à China, em resposta à crescente influência econômica de Pequim na região. A nova política, que deverá nortear a política externa dos EUA, busca impedir que “concorrentes” externos posicionem forças ou controlem ativos estratégicos no hemisfério.
A Doutrina Monroe, criada em 1823, estabelece que a “América é para os americanos”, desafiando a influência das potências europeias na América Latina. O governo dos EUA planeja aplicar um “Corolário Trump” à doutrina, expandindo a influência estadunidense no continente.
A nova política visa estabelecer ou expandir o acesso dos EUA a locais de importância estratégica e expulsar empresas estrangeiras que constroem infraestrutura na região. O foco principal é enfraquecer a presença da China na América Latina.
Os EUA buscam retomar o controle do Canal do Panamá, pressionar a Venezuela e influenciar a Dinamarca em relação à Groenlândia. O documento da Casa Branca enfatiza a importância de “aliar-se” e “expandir-se” na região, recompensando governos e partidos políticos alinhados com seus princípios.
A Casa Branca alega que “concorrentes” de fora do Hemisfério têm feito “incursões” no continente, prejudicando a economia dos EUA. As alianças dos EUA com países da região estarão condicionadas à redução gradual da influência externa adversária.
Essa política externa pode limitar a soberania dos países da região ao dificultar acordos com potências de fora do hemisfério. Acordos do Peru ou do Chile com a China que afetem os interesses dos EUA podem gerar interferência, com tarifas, medidas geopolíticas ou até mesmo ações militares.
O documento também orienta funcionários de Estado em embaixadas a favorecer as empresas dos EUA. Os acordos com países da região, especialmente aqueles mais dependentes dos EUA, devem ser contratos de fornecimento exclusivo para empresas americanas. Os Estados Unidos dizem que vão priorizar a diplomacia comercial utilizando tarifas e acordos comerciais recíprocos, além de fortalecer parcerias de segurança com venda de armas, compartilhamento de informações e exercícios conjuntos.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


