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Dia da Amazônia: fiscalização para a integridade do bioma precisa ser reforçada, alerta especialista

Na avaliação de Henrique Pereira, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), as políticas de fiscalização precisam ser intensificadas para garantir a integridade do bioma. Esse é o tema da seção “Ciência” do Informativo nº 69 do Observatório BR-319 (OBR-319), disponível gratuitamente no site: observatoriobr319.org.br.

Dinael Monteiro
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Orlando K. Júnior/OBR-319

Nesta sexta-feira, 5 de setembro, o Brasil celebra o Dia da Amazônia, data que busca conscientizar sobre a importância da floresta para a região e outros ecossistemas do continente. Na avaliação de Henrique Pereira, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), as políticas de fiscalização precisam ser intensificadas para garantir a integridade do bioma. Esse é o tema da seção “Ciência” do Informativo nº 69 do Observatório BR-319 (OBR-319), disponível gratuitamente no site: observatoriobr319.org.br.

Com mais de sete milhões de quilômetros quadrados (km²), o bioma abriga milhares de espécies de animais e plantas que compõem uma rica biodiversidade, além de diversas etnias de povos originários.

Henrique Pereira, doutor em Ecologia e diretor do INPA, explica que o bioma tem papel fundamental no equilíbrio climático.

“[…]. Cerca de 20% da água doce que chega ao Oceano Atlântico sai do Rio Amazonas. Toda a chuva na região, em parte, é produzida pela própria floresta através do vapor do Oceano Atlântico que passa por uma reciclagem. Então, a floresta é uma grande ‘bomba d’água’ com a sua evaporação e transpiração, e parte dessa quantidade de vapor é exportada para outros biomas da América do Sul através dos rios voadores”, pontua.

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Entre agosto de 2024 e junho deste ano, o desmatamento alcançou 3.959 km², segundo o sistema DETER do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Já a quantidade de focos de calor superou 120,5 mil, conforme o Programa Queimadas, também do INPE.

Outro ponto de preocupação é a recente aprovação da Lei 15.190/2025 (Lei Geral de Licenciamento Ambiental). Na opinião de especialistas, ela pode fragilizar os instrumentos de fiscalização na Amazônia, inclusive na rodovia BR-319.

O diretor do INPA enfatiza que há necessidade de um novo licenciamento, considerando os impactos que surgirão. “A preocupação é de que a nova Lei do Licenciamento Ambiental fragilize este instrumento, abrindo caminho para que a reconstrução da estrada se dê sem a devida qualidade ambiental necessária”, afirma.

O Brasil pretende zerar o desmatamento até 2030, mas as políticas ambientais precisam ser intensificadas para alcançar esse objetivo. “As medidas essenciais são redobrar as ações de fiscalização de órgãos federais, estaduais e municipais, mas não apenas com penalidades. É necessário também pensar em soluções de recuperação das áreas degradadas, reintegrando-as ao processo produtivo. E na Amazônia, [fortalecer] políticas de ordenamento territorial, regularização fundiária e a destinação das terras públicas”, finaliza.

Notícias da BR-319

Informativo nº 69 do OBR-319 traz novas notícias socioambientais ligadas à região de influência da rodovia.

A seção “Destaque do Mês” aborda a movimentação dos três senadores do Amazonas para dar continuidade às obras na estrada, usando a recém-aprovada Lei 15.190/2025 (Lei Geral do Licenciamento Ambiental), oriunda do Projeto de Lei (PL) 2.159/2021 — mais conhecido como “PL da Devastação”. Apesar dos 63 trechos vetados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dos dispositivos criados pela legislação é a Lei Ambiental Especial (LAE), que na prática autoriza obras e empreendimentos considerados “estratégicos” pelo Poder Executivo a avançarem com mais agilidade, com prazos e procedimentos específicos.

Já em “Interior em Foco”, o destaque é a primeira Oficina de Turismo de Base Comunitária (TBC) realizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Igapó-Açu, beneficiando moradores e lideranças de seis comunidades do entorno. O objetivo é fortalecer o protagonismo local no desenvolvimento de atividades turísticas sustentáveis e alinhadas aos valores socioculturais da região.

A seção “Diálogos da BR” trata do Decreto 52.216/2025, instituído pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, que reduz de 80% para 50% a área de vegetação nativa que precisa ser mantida dentro de propriedade ou posse rural localizada no Estado. Para o governo, a medida facilitará a recomposição florestal em áreas privadas com passivos ambientais. Para ambientalistas, porém, ela representa uma brecha para o desmatamento legalizado.

A nova edição também traz infográficos com dados atualizados de julho sobre desmatamento e focos de calor nos 13 municípios da BR-319, 42 Unidades de Conservação (UCs) e em 69 Terras Indígenas (TIs) da região, com base na plataforma DETER e no Programa Queimadas, ambos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O informativo completo está disponível gratuitamente no site do OBR-319 por meio do link: https://observatoriobr319.org.br/wp-content/uploads/2025/08/Informativo-OBR-319-n69-Julho2025-v5.pdf.

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