A morte da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, ocorrida na sexta-feira (5), está sob investigação como feminicídio, de acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
O soldado Kelvin Barros da Silva, de 21 anos, confessou ser o autor do crime e está detido no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília. Segundo o delegado Paulo Noritika, chefe da 2ª DP, o soldado relatou que o assassinato foi motivado por uma discussão com a vítima. O autor confesso alegou que Maria de Lourdes exigiu que ele terminasse o relacionamento com a namorada e a assumisse publicamente. No entanto, a família da vítima nega qualquer envolvimento amoroso entre os dois.
O delegado informou que o soldado não possuía antecedentes criminais. O autor está sob custódia do Serviço de Guarda do Exército e responderá por feminicídio, furto de arma, incêndio e fraude processual, podendo enfrentar uma pena de até 54 anos de prisão.
O corpo da militar foi encontrado carbonizado e com um corte no pescoço, após o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) combater um incêndio no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RGC), no Setor Militar Urbano, na sexta-feira (6). Os bombeiros confirmaram ter encontrado uma grande quantidade de combustível no local. As chamas foram rapidamente controladas, evitando a propagação para edifícios vizinhos.
Maria de Lourdes Freire Matos era saxofonista da banda do regimento. O 1º RCG expressou seu pesar pelo assassinato em uma publicação nas redes sociais, destacando a dedicação e o profissionalismo da cabo na instituição.
O Exército informou que o soldado foi preso em flagrante logo após a confissão e que foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM). O criminoso confesso deverá ser excluído da Força Militar. A corporação afirmou estar prestando assistência à família da vítima e reiterou sua posição de não tolerar atos criminosos, punindo com rigor os responsáveis.
Este caso se junta a outros feminicídios recentes no país. Em outro episódio, duas funcionárias de um Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) no Rio de Janeiro foram mortas a tiros por um colega de trabalho, que se suicidou em seguida. Em São Paulo, uma mulher teve as pernas gravemente mutiladas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro. Também na capital paulista, um homem atirou contra sua ex-companheira em uma pastelaria. No Recife, um homem foi preso por provocar um incêndio que resultou na morte de sua esposa, grávida, e dos quatro filhos do casal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre a onda de feminicídios e pediu o engajamento dos homens para mudar a cultura da violência de gênero na sociedade.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


