O Bioparque da Amazônia celebrou neste sábado (29) o Dia Internacional da Onça-Pintada, data dedicada à proteção do maior felino das Américas e um dos símbolos mais importantes da vasta biodiversidade amazônica. A onça-pintada (Panthera onca) é crucial para o equilíbrio dos ecossistemas, atuando como predador de topo e um indicador essencial da saúde ambiental nas florestas tropicais.
No Amapá, onde a floresta amazônica se mantém como uma das mais preservadas do país, a presença da onça-pintada é um componente vital da identidade ambiental. Histórias como a de Fera, uma onça-pintada que reside no Bioparque da Amazônia, contribuem para conscientizar sobre a importância da conservação, aproximando a comunidade da realidade da fauna silvestre.
Resgatado ainda filhote em 2015, no distrito de Carnot, em Calçoene, Fera foi encontrado por moradores em uma situação incomum: brincando em uma bacia com crianças. Acredita-se que sua mãe tenha sido vítima de caça, deixando-o vulnerável e atraindo a atenção do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, que realizou o resgate.
Durante cinco anos, o felino recebeu cuidados no CETAS/IBAMA. Em 2020, ao ser transferido para o Bioparque da Amazônia, exames revelaram que ele possui apenas 10% da visão, uma condição que inviabiliza sua reintrodução na natureza.
Apesar da limitação visual, Fera vive de forma adaptada e tranquila. Ele reconhece seus tratadores pelo olfato e audição, é estimulado diariamente com atividades de enriquecimento e demonstra comportamentos naturais preservados, como a força e a curiosidade características da espécie. Suas preferências são notáveis: ele aprecia o aroma de capim-limão, picolés de carne em dias quentes, e tem no cabo de guerra sua brincadeira predileta.
Em antecipação ao Dia da Onça-Pintada, o Bioparque promoveu na sexta-feira (28) uma visita guiada para estudantes da rede pública, com foco em educação ambiental, conservação e observação de grandes felinos.
Durante a visita, as crianças puderam acompanhar de perto um enriquecimento especial realizado com o Fera, incluindo estímulos olfativos e o tradicional cabo de guerra, conduzidos pela equipe técnica do Parque. Os guarda-parques explicaram a história do animal, os motivos que impedem sua reintrodução e a importância de combater a caça ilegal.
Caroline Cunha, Coordenadora de Biodiversidade do parque, enfatizou que os momentos de enriquecimento ambiental proporcionam a Fera uma experiência mais próxima do que seria sua vida na natureza. Ela ressaltou que o Bioparque trabalha para garantir a qualidade de vida dos animais que, infelizmente, enfrentam dificuldades para retornar aos seus habitats naturais.
A iniciativa buscou aproximar os alunos do tema da conservação e incentivar a formação de uma geração mais consciente sobre a proteção da fauna amazônica.
Fonte: agencia.macapa.ap.gov.br


